O mercado israelense proporciona aos gestores de Cybersecurity a oportunidade de refinar a visão holística dos problemas de Segurança, além de validar se o roadmap desenhado faz sentido para eliminar os GAPs e melhorar a proteção corporativa como um todo
Por: Alex Amorim, ⌚ 20/11/2021 às 00h35 - Atualizado em 20/11/2021 às 00h57
A Cybertech 2020, que aconteceu no final de janeiro em Tel Aviv/Israel, trouxe números interessantes para os gestores brasileiros que estão desenhando uma estratégia de roadmap bem organizada a ponto de implementar as melhores tecnologias para diferentes GAPs de segurança em qualquer modelo de negócio. Foram dezoito mil participantes, mais de cento e oitenta palestrantes, 90 startups e 160 delegações num espaço muito semelhante ao CIAB.
Empresas privadas, organizações sem fins lucrativos e entidades governamentais globais montam suas delegações e vão para a conferência com objetivo de aprender com os especialistas em cyber. Muito deles vieram do exército e ao identificarem os GAPs internos, saíram da carreira militar para criar empresas de tecnologia, desenvolvendo soluções direcionadas para os problemas mais importantes da Segurança.
Ao visitar o ecossistema israelense de empresas e startups, pude observar alguns pontos que julgo de extrema relevância. Isso nos ajuda a não só ter uma visão holística dos problemas que queremos resolver, mas também nos auxilia a ter um planejamento mais estratégico de como estamos montando nossa Segurança e o quanto estamos dispostos a pagar por ela.
Listei 5 insights sobre a Cybertech para que você fique de olho nas oportunidades e amplie seu olhar em termos de opções de players, tecnologias disponíveis e propósito da sua Segurança:
1) Indústria em geral – O evento comporta em torno de 150 empresas de todos os tamanhos, inclusive startups que estão se desenvolvendo no mundo cyber. Essas, em especial, têm uma atuação interessante, pois desenvolvem produtos específicos para um problema, ou seja, estão olhando para muitos GAPs que até então não havíamos pensado.
2) Indústria israelense – Um ponto interessante é que as empresas de Israel são bem diferentes das norte-americanas. Enquanto os players dos Estados Unidos são muito pautados em PPT com um ótimo marketing, a indústria israelense apresenta ótimas soluções, mas não são bons em vendas. Eles são muito técnicos e diretos, o que nos obriga a interagir mais para entender o que a tecnologia faz e como ela se aplica ao nosso negócio.
3) Tecnologia cyber – Muitas soluções que nasceram aqui foram desenvolvidas por profissionais que vieram da área de cyber do exército israelense. Eles identificaram os GAPs e conseguiram criar tecnologia específica para solucionar os problemas em destaque no mundo na Segurança. Assim que esses profissionais deixam a carreira militar, eles abrem essas startups e lançam um portfólio disruptivo.
4) Preço das soluções – Quando as empresas de cyber já estão consolidadas na indústria, elas normalmente ditam as regras de preços das soluções com tabelas fixas. Isso engessa muita a negociação na hora da compra. Já o contato com as startups é mais interessante, pois enxergo grande oportunidade de fazer um investimento baixo em uma tecnologia, o que acaba sendo uma relação ganha a ganha. Isso porque é possível obter mais flexibilidade na negociação e sai com uma tecnologia que cabe no seu bolso. E para a startup, a vantagem é que a empresa ganha um cliente, um case para mostrar para o mercado e, consequentemente, se desenvolver como um todo.
5) A feira – Em geral, a Cybertech traz uma grande oportunidade de conhecermos empresas que estão nascendo, que olham para o futuro. Se você tem clareza dos seus GAPS e uma boa estratégia de roadmap e pretende implementar novas tecnologias nos próximos dois ou três anos, é importante se programar para estar aqui. Além disso, é um lugar interessante para validar se aquilo que estava pensando para o futuro da Segurança da sua empresa faz sentido.
Espero que este artigo tenha ajudado a entender como funciona o mercado de cibersegurança em Israel e recomendo conhecer a feira.
*Alex Amorim é CISO, DPO e Colunista da Security Report
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